Em fevereiro de 1822, quando o rei de Portugal, D. João VI, tira o brasileiro Manoel Guimarães do comando de Salvador, colocando o general português Madeira de Melo no cargo, com o intuito de reforçar o poder da Coroa sobre os baianos, a população não aceita pacificamente e vão às ruas para protestar e entram em confronto com os soldados portugueses.
Na busca pelos rebeldes, que teriam se escondido no Convento da Lapa, os portugueses matam a diretora do Convento, a freira Joana Angélica, que se colocou como barreira, com a intenção de impedir que os soldados maculassem aquele local proferindo as palavras: “Recuai ou só penetrareis nesta casa passando por sobre o meu cadáver” A freira foi morta com golpes de baionetas pelos soldados, que feriram também o padre Daniel Nunes da Silvas Lisboa, capelão do convento.
Meses depois, em 12 de junho, a Câmara de Salvador tenta romper com a coroa portuguesa. A sessão é impedida pelo general Madeira de Melo, que coloca as tropas nas ruas.
Dois dias depois, em Santo Amaro, os vereadores declaram D. Pedro, o defensor perpétuo do Brasil independente, o que significa não obedecer mais ao rei de Portugal.
A Vila de Cachoeira, em 25 de junho, rompe com a Coroa portuguesa. Outras vilas seguem o exemplo. Cachoeira se torna quartel general das tropas libertadoras. Voluntários seguem de várias partes. Armas de caça da Caatinga se transformaram em armas de guerra. Entre os voluntários, Maria Quitéria, se destaca vestindo-se de homem e lutando como soldado contra o domínio português. Na ilha de Itaparica, a defesa foi feita pelos pescadores armados de facões e garruchas.
Tropas comandadas pelo general Labatut e naus comandadas por Lo Cotrem, são enviadas por D. Pedro I, mas é o exército de voluntários que lutam em batalhas secretas, sendo que a batalha decisiva foi a de Pirajá.
Cercados por terra e mar, os portugueses ficam acuados em Salvador. Decidem então abandonar a cidade e fogem por mar, na madrugada do dia 2 de julho de 1823. Pela manhã, as tropas brasileiras entraram vitoriosa em Salvador.
Por tanto, a Independência da Bahia teve um papel chave na consolidação da Independência do Brasil, pois caso os portugueses vencessem na Bahia, haveria um avanço para a reconquista do Sudoeste do país.
Somente 190 anos depois, o Plenário do Senado aprovou no dia 8 de maio de 2013, e a Presidente Dilma Rousseff sancionou a Lei 12.819, de autoria da Deputada Federal Alice Portugal (PCdoB-BA), incluindo o 2 de julho, dia que marca a Independência da Bahia, como data histórica do calendário de efemérides nacionais. A Lei 12.819, foi publicada no dia 5 de junho de 2013, no Diário Oficial da União (DOU) e vigora desde então.