ITAPETINGA PERDE VOZ NO CENÁRIO POLÍTICO ESTADUAL

Quero neste momento dizer que tem sido complicado tecer certos comentários políticos diante do atual quadro que ora se descreve, por isso, ficarei de camarote aguardando as cenas dos próximos “capítulos” da novela da união das oposições. Mas, resolvi escrever este artigo para que nós itapetinguenses reflitamos.

A nossa cidade está muito bem situada geograficamente e politicamente é uma cidade de expressão frente aos demais municípios que compõem a micro região, pois chega a um colégio em torno de 46 mil eleitores, por tanto, o maior entre os 13 municípios.

Aqui também não posso retroagir muito ao tempo, mas, resolvi para este comentário voltar a década de 90 quando de lá pra cá Itapetinga sempre teve alguém que aqui mora ou com raízes familiares nesta cidade disputando uma vaga na Assembleia Legislativa do Estado.

Em 1990, disputaram pela nossa cidade os então candidatos a deputado estadual Michel Hagge do PMDB, que veio a ficar na primeira suplência e o deputado Luiz Nova, do PC do B, que concorria ao segundo mandato, obtendo ao êxito de continuar representando a cidade por mais 4 anos na Assembleia do Estado.

Na eleição seguinte, em 1994, o PMDB que detinha o comando do município lança o então secretário Manoel São Mateus, que foi muito mal votado e o PSB ressurge com o nome de Dr. Arnaldo Teixeira, levado nas ondas da vitoria passaria a ser nosso representante na esfera superior, superando a lacuna deixada por Luiz Nova, que nesse ano não concorrera ao terceiro mandato.
Em 1998, o município governado por Dr. José Otávio, então PL, tem as disputas de Michel Hagge pelo PMDB e se elege a deputado estadual e Arnaldo Teixeira do PSB que não consegue a continuidade do seu mandato.

Quatro anos depois o PMDB consegue a reeleição de Michel Hagge, foi o único da cidade a disputar a aquele pleito e veio a renunciar ao mandato de deputado 02 anos depois de se eleger prefeito em 2004.
Ficamos 02 anos sem uma voz na Assembleia Legislativa da Bahia, somente em 2006, a nossa cidade ressurge no cenário político estadual com a eleição da então presidente da Câmara Virginia Hagge, se elegendo a deputada estadual pelo PMDB.

No pleito seguinte, quatro anos depois, em 2010, ao concorrer à reeleição Virginia Hagge não consegue seu objetivo, naquele momento outro nome surgia para tentar fortalecer a nossa voz no cenário estadual que foi o do comunista Gilson de Jesus, cuja candidatura também não obteve sucesso.

Neste ano vivíamos a expectativa que nomes da cidade fossem disputar as eleições estaduais, mas, ao que parecem os prováveis pleiteantes Virginia Hagge e Gilson de Jesus, estarão de fora. A primeira por motivos de saúde e o segundo por decisão partidária.

Lamento em dizer que uma cidade importante no cenário político da Bahia, como é nossa Itapetinga, silencia neste momento, por não surgir nenhum nome de que agremiação política pertença para disputar uma vaga na Assembleia Legislativa do estado. Cidades menores, como a nossa vizinha Itororó sempre apresenta candidaturas a Câmara Federal e a Assembleia Legislativa. Para nós, seria uma política moderna em ter que importar nossos representantes como ora acontece, ou seria um retrocesso? Será que nossas agremiações partidárias não conseguem mais formar nomes? Será que as atitudes das velhas lideranças em deter em suas mãos o poder prejudicaram a surgimento de novos nomes?

Bom, aqui faríamos diversas perguntas, mas, aproveitamos o momento para refletirmos a forma como está se construindo as nossas novas lideranças políticas.
Entendo que você pode ter opinião contraria a esta, mas esta é a minha.

Amaral Júnior
Radialista, Vereador e militante político.