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Pessoas próximas à ex-candidata do PSB à presidência da República garantem que ela não vai se posicionar a favor da candidatura do PSDB, como os tucanos esperavam

image_previewSão Paulo – O esperado anúncio de Marina Silva em apoio à candidatura de Aécio Neves é improvável e não deve ocorrer. Pessoas próximas à ex-candidata do PSB à presidência da República garantem que ela não vai se posicionar a favor da candidatura do PSDB, como os tucanos esperavam, nem à de Dilma Rousseff. Na Rede Sustentabilidade há grande pressão de setores pró-Aécio para que a ex-ministra do Meio Ambiente defina sua posição. Um dos coordenadores da campanha de Marina e intitulado pela mídia “porta-voz” da Rede, o ex-tucano Walter Feldman é um dos que pressionam.

Mas vários integrantes da Rede estão trabalhando pela neutralidade, que passa pelo voto em branco e nulo. Para esse grupo, um apoio a Aécio Neves pode ser fatal ao futuro político de Marina. A demora na definição começa a incomodar os adeptos de Aécio. Esperava-se que Marina anunciasse sua posição ontem (9). Mas, em vez do anúncio, ela entregou uma “carta aberta” ao deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), com a defesa de pontos que considera fundamentais, como o fortalecimento da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), além de fortalecimento de políticas voltadas aos “povos e comunidades tradicionais”.

A troca do aguardado anúncio pró-Aécio pelo documento causou frustração na campanha aecista. Marina se encontrou com Fernando Henrique Cardoso na quarta-feira, e teria sinalizado ao ex-presidente que o apoio não virá. Segundo uma fonte muito próxima a Marina, “eles perceberam que dificilmente vão conseguir viabilizar esse apoio”. Um interlocutor de Marina diz que a intensidade da pressão dos tucanos na Rede está diminuindo. “Até para não terem que ouvir um ‘não’, o que seria um revés para eles.”

Uma declaração de Aécio Neves, também ontem, é um indicativo dessa frustração: “Não podemos parar nossa campanha à espera de novas manifestações”, afirmou, em referência a Marina.

Na segunda-feira (6), os dois maiores jornais do país saíram com manchetes quase idênticas, considerando certo o apoio de Marina a Aécio. “Houve uma grande pressão para se colocar na voz da Marina posições que não eram dela. Na sequência da eleição, órgãos de imprensa deram como certo que ela iria apoiar o Aécio como se fosse uma verdade, uma decisão pronta e acabada. Quem conhece a Marina sabe que ela não faria isso, não dessa forma pelo menos. E muito provavelmente ela não tomará essa decisão”, disse à RBA um integrante da Rede.

Há até quem defenda, na organização, o voto na petista Dilma Rousseff, mas a postura do PT em relação à candidata do PSB no primeiro turno praticamente inviabilizou qualquer ponte de possíveis contatos mais concretos e a defesa aberta dessa posição. Porém, isso está longe de significar que Marina vá apoiar Aécio.

O peso de seu posicionamento no segundo turno pode ser medido por uma pesquisa feita na segunda-feira com eleitores de Marina. Pouco mais de 60% desses eleitores tenderiam a votar em Aécio, 20% votariam em Dilma e 15% aguardam um posicionamento da ex-candidata. A importância da neutralidade é diretamente proporcional a esses 15%, que representam cerca de 3 milhões de votos.

Fonte: redebarsilatual

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